Realidade do Brasil indígena atual

Como estão nosso índios atualmente no território Nacional.

Índios do Sertão de Nordestino

Como estão os índios Pankararu em Pernambuco.

Um pouco sobre os Indígenas PE

Especialização discute o índio na UFRPE

Desde abril de 2015, por meio da Rede de Formação Nacional e Continuada de Profissionais da Educação Básica e Continuada (RENAFORM), funciona na UFRPE a Especialização em Cultura e História dos Povos Indígenas, que visa abordar todos os contextos históricos e culturais sobre os indígenas. Funcionando no formato semi-presencial, além das atividades em sala de aula, está projetado aulas de campo a comunidades indígenas.
As aulas estão concentradas no Departamento de Educação da UFRPE e funcionam quinzenalmente.

Fotos:


Prof. Alexandre ministrando a disciplina Memória, Cultura, Identidade e Patrimônio Indígena

Equipe de Coordenação da Especialização.




Mulheres Indígenas: quem são elas?


Existe uma variação grandiosa no modo de vida dos povos e isso pode ser visto pelo cotidiano das mulheres na comunidade. Com a presença dos costumes do homem branco e suas influências, cada dia as mudanças são mais frequentes. Para as mulheres indígenas os desafios surgem muito cedo, pois com o casamento a comunidade espera que nós sejamos boas esposas, cuidando da casa e dos filhos. Porem, se uma mulher quer seguir um rumo diferente na sua vida, tem que enfrentar alguns preconceitos, pois a comunidade questiona porque uma mulher casada procura um modo diferente pra sua vida. Atualmente essa perspectiva vem mudando, mas a comunidade ainda tem aquele pensamento de que os homens devem sustentar a família. Assim o papel da mulher fica basicamente voltado para a família, dando apoio emocional, afetivo e moral. Porém, a cada dia que passa, nós mulheres estamos conquistando nosso espaço dentro da aldeia e devido a nossas novas posições precisamos ter formação acadêmica, melhorando cada vez mais nossas capacidades.

Mulher Indígena e seus desafios

A mulher tem e sempre teve uma influencia muito grande nas decisões internas nas aldeias, só que isso não transparece muito para toda a comunidade. Como acontece, parece que só os homens são importantes nas decisões e ações que são fundamentais para a comunidade, mas a mulher com certeza sempre influencia ou toma a decisão diretamente. Hoje nesse nosso dia eu quero dar parabéns a todas nós mulheres principalmente nós mulheres indígenas, pois estamos buscando o que queremos para melhorar nossas vidas. Sei como é difícil para nós seguirmos caminhos que muitas vezes nos afastam um pouco dos nossos filhos, de nossa família, mas isso faz parte de assumir mais responsabilidades, e lembremos que quando conquistamos mais espaço passamos a ser mais vitoriosas por conseguirmos conquistas que melhoram a vida de nossa família e de toda a nossa comunidade. 

Fonte: www.webradiobrasilindigena.wordpress.com/

Jogos Mundiais dos Povos Indígenas 2015

O evento será a realização dos I Jogos Mundiais dos Povos Indígenas (JMPI), que acontecerão de 23 de outubro a 1 de novembro de 2015 em Palmas (TO), com a presença de mais de dois mil atletas de 30 países. Ao todo serão 13 dias de programação, sendo que nos primeiros três dias de evento, todas as etnias brasileiras e estrangeiras participarão de uma excursão pelos pontos turísticos de Palmas, como forma de ambientação, socialização e integração dos participantes do evento com a comunidade de nossa cidade. Com o mote “Em 2015, somos todos indígenas”, a capital do Tocantins está se preparando para receber atletas de dezenas de etnias de todo o mundo. Foi criada a Secretaria Extraordinária dos Jogos Indígenas, responsável por toda a organização do evento.  Além dos indígenas das Américas, também estarão presentes os povos da Austrália, Japão, Noruega, Rússia, China e Filipinas. Do Brasil, cerca de 24 etnias devem participar da competição. Boa parte do evento é composta por esportes indígenas, que se dividem em jogos tradicionais demonstrativos ou jogos nativos de integração. Outra parcela do evento é composta por esportes ocidentais competitivos, que também tem a característica de unificação das etnias e povos indígenas. Paralelamente às atividades esportivas, ocorrerá um número imenso de atividades culturais, antes e durante a realização dos JMPI.  Estas atividades culturais serão lideradas pelos povos indígenas do mundo e celebrarão a diversidade, a cultura nativa e as tradições do Tocantins e do mundo.  

EXISTEM VAGAS PARA VOLUNTÁRIOS.


Fonte: www.jogosmundiaisindigenas.com



Para contar uma História Indígena diferente!

Como contaram teu índio?

Para se pensar e contar uma história indígena diferente daquelas que nos contavam quando pequenos nas escolas e pensar além das questões do campo universitário, membros do Projeto Indigenar discutem em suas reuniões as problematizações acerca do tema, possibilitando assim a ampliação do conhecimento indígena, da construção de uma realidade sem estereotipar a imagem do índio, por meios teóricos e técnicos a apropriação dos conhecimentos sobre indígenas. A proposta não é apagar o indígena de Ocas, arco e flechas da história e sim entender essa mudanças ocorridas ao longo do tempo, suas causas e consequências.  Nesses encontros, são pensados e elaborados propostas para uma maior compreensão, atividades e avaliações sobre as atividades desenvolvidas. De forma descontraída, as atividades vão sendo construídas tendo como foco principal a compreensão das muitas faces dos verdadeiros donos das terras brasileiras. Membros dessa reunião (da esquerda): Paola Simões, Cássia Amaral, Lindembergue Santos, Cláudio Santos e Rosemary Carvalho.

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Educação Escolar Indígena - Funai


  • (1) Apoio à discussão e elaboração de Projetos Políticos Pedagógicos - PPP

O Projeto Político Pedagógico é o instrumento que possibilita que a comunidade indígena expresse qual escola deseja, de que forma a escola deve atender aos seus interesses, como ela deve ser estruturada, e como ela se integra à vida e aos projetos comunitários. A contribuição da FUNAI em sua elaboração deve considerar os seguintes aspectos:
a) A necessidade de assegurar os direitos à educação diferenciada aos povos indígenas e à valorização de suas línguas, conhecimentos e processos pedagógicos próprios;
b) O entendimento de que o currículo compõe o todo do fazer escolar, e não apenas a organização da matriz onde se abrigam as disciplinas, assim como o PPP se constitui como elemento estruturante da vida escolar que expressa a identidade e os projetos societários. A escola indígena deve refletir o modo de vida, a concepção cultural e política de cada povo indígena e as relações intersocietárias que mantém.
c) O papel da escola na vida da comunidade, sua articulação com as demais ações e projetos do povo indígena, assim como sua influência em outras áreas de atuação dos governos, tendo como pressuposto, portanto a necessidade do tratamento integrado de questões de territorialidade, sustentabilidade e patrimônio cultural.

Neste sentido, a contribuição da FUNAI tem como caminhos possíveis:

· O atendimento de demandas de apoio por parte das próprias comunidades indígenas na construção ou implementação dos PPPs;
· O atendimento de demandas das Secretarias Municipais e Estaduais de Educação na discussão e implementação dos PPPs junto às comunidades;
· A oferta de subsídios ao MEC, com relação às políticas educacionais.
Exemplo de ações recentes: Atendendo a solicitação das comunidades indígenas, a FUNAI participou, recentemente de: (1) Discussão do PPP da Escola de Maraiwtsede; (2) Elaboração de PPP de escolas dos Povos Marubo e Kanamari, no Vale do Javari; (3) Elaboração de proposta pedagógica e apoio na implantação do Curso Ka'apor de formação fundamental com ênfase em agrofloresta (parceria com o IFMA).

No Acre, índios loiros e de pele clara chamam atenção em aldeia


Suspeita-se que três crianças de Santa Rosa do Purus tenham albinismo.
Elas sofrem com calor e exposição ao sol, segundo a mãe.


Na Aldeia Nova Mudança, localizada na cidade de Santa Rosa do Purus (AC), a 300 km da capital Rio Branco, três crianças da etnia Kaxinawá destoam do restante da comunidade. De uma família de 8 irmãos, Vanessa, de 5 anos, Orlando, de 3, e a pequena Eleiana, de 1 ano, foram os únicos que nasceram com a pele clara, cabelos loiros e olhos castanhos.
A suspeita é que as crianças tenham albinismo, uma mutação genética que se refere à incapacidade de uma pessoa fabricar corretamente a melanina (leia mais detalhes abaixo).
Tímida e meio assustada, a mãe das crianças, Elza Kaxinawá, acha que as características dos filhos não fazem deles “diferentes”. Mas destaca que as crianças sofrem com o forte calor e a exposição ao sol.
“Vieram assim, não sei o que aconteceu. Eles são normais, só reclamam do sol e, às vezes, ficam doentes, têm coceiras por causa dos mosquitos e alergias. Fora isso, são iguais aos outros”, disse.
A coordenadora regional da Fundação Nacional do Índio no Acre (Funai) e do Alto Purus, Maria Evanízia, disse que o órgão, por enquanto, não está fazendo nenhum estudo sobre índios albinos no Acre. “Pode estar ocorrendo algum tipo de mutação genética. No Acre, entre a população indígena, esses foram um dos primeiros casos que nós tomamos ciência”, disse.
Mistura racial
Procurado por nossa equipe, o especialista Marcus Maia, coordenador do Programa Pró-Albino, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), de São Paulo, explicou que ainda não existem estudos que comprovem a existência de albinismo em aldeias. “O caso não é comum.”

Segundo Maia, que também é professor de dermatologia na Santa Casa de São Paulo, só seria possível dizer que as crianças são “albinas puras” (ou fruto de mutação genética), se fosse comprovado que essa etnia não se misturou com outras.
“No caso desses índios, precisaria ser investigado primeiro se houve casamentos ou ligações entre índios e outras pessoas de outras raças, principalmente entre pardos e negros, porque aí nós temos a possibilidade de ter sido colocado na aldeia o gene do albinismo. Como essa comunidade é pequena, eles provavelmente tiveram casamentos consanguíneos muito próximos. O gene do albinismo pode ter sido implantado dentro da aldeia e não surgiu por uma mutação”, disse.
Vanessa, Orlando e a pequena Eleiana, de 5, 3 e 1 são os caçulas de oito filhos do casal Elza (Foto: Sandra Brito/Arquivo Pessoal)
Vanessa, Orlando e a pequena Eleiana, de 5, 3 e 1 são os caçulas de oito filhos do casal Elza (Foto: Sandra Brito/Arquivo Pessoal)
O doutor em antropologia e diretor do Centro de Filosofia e de Ciências Humanas da Universidade Federal do Acre (Ufac), Jacó Cesár Piccoli, diz que pode ter ocorrido algum casamento interétnico. “Mas é muito temerário falar isso. Para se ter certeza disso, teríamos que buscar em uma cadeia histórica desses casamentos e relações”, explicou, destacando que a ocorrência de índios albinos não é assunto da antropologia, mas sim da genética.
Genética e tipos de albinismo
Segundo Marcus Maia, só é possível que uma pessoa nasça com albinismo se os dois pais forem ao menos portadores do gene.

“Para nascer uma pessoa albina, é necessário que os pais sejam, pelo menos, portadores do albinismo, caso contrário, não nascem pessoas albinas. São três possibilidades: duas pessoas têm que ser portadoras, ou uma é albina e a outra é portadora, ou os dois são albinos do mesmo defeito genético, então, nesse caso, esse casal de índios precisa estar incluído em um desses três casos”, acrescentou.
O especialista explicou que existem quatro tipos de albinismo 1, 2, 3 e 4. No tipo 1, OCA1 os indivíduos têm pele e cabelos brancos, olhos claros ao nascer. Alguns, porém, passam a produzir melanina na primeira infância e apresentam aumento na pigmentação.
No OCA-2, o mais comum entre os africanos, a pessoa apresenta cabelo loiro, ruivo, ou vermelho-vivo, como pode ser o caso de Vanessa, Orlando e Eleiana, segundo o especialista, que analisou os indígenas por foto. Nesse tipo de albinismo, os indivíduos têm olhos azuis ou castanhos bem claros. A pele é branca e pode desenvolver sardas e pintas.
O tipo OCA-3 é o mais comum em negros sul-africanos que têm o tom de pele avermelhado ou moreno, cor de cabelo ruiva e olhos claros. Já o OCA-4 é parecido com o subtipo 2.
Atendimento de saúde no Acre
De acordo com gerente de Políticas da Saúde às Populações Vulneráveis, da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), Zilmar Cândida da Silva, como não existe um estudo que comprove que esses índios sejam albinos, o órgão não tem como dar um atendimento preferencial às três crianças.

“O atendimento hospitalar dado à população indígena em geral já é em si diferenciado, pois eles são pacientes especiais. Não tem como, por um fato característico aparente aos olhos, a equipe de saúde tomar uma atitude diferente com os três indiozinhos. Para isso, seria necessário que fosse feita uma investigação antropológica desse novo índio que surge com características albinas ou da raça branca”, explicou.
Os principais problemas de saúde para pessoas albinas estão relacionados ao contato com o sol, disse Marcus Maia, da Santa Casa de São Paulo. “Os albinos desenvolvem câncer de pele e envelhecimento precoce. A pele é muito sensível, no caso de indígenas, os perigos seriam maiores, por eles estarem sempre expostos ao sol. Seria necessário um cuidado mais do que especial com eles, ainda mais por serem crianças”, falou.
Nossa equipe também entrou em contato com o Ministério da Saúde, no setor responsável pela Saúde Indígena, e foi informado, por meio da assessoria, que o órgão não tem nenhum estudo que comprove a existência dos índios albinos no Brasil.

Médicos na floresta: os indígenas e as doenças dos brancos

Durante conversa da reportagem com a pediatra, um dos coordenadores da expedição interrompeu com voz alta, demonstrando a gravidade do caso: ele trazia nos braços um bebê de um ano, em estado avançado de desnutrição. Com apenas seis quilos – peso de uma criança com a metade de sua idade –, estava estático, com a cabeça caída nos ombros e os olhos fixos e secos, sem reação. No consultório improvisado em uma sala de aula da aldeia Xavante de São Pedro, na Terra Indígena Parabubure, Mato Grosso, todos entraram em alerta.
Os dois pediatras e uma equipe de enfermeiros começaram os procedimentos de emergência. “Soro rápido!”, “Adrenalina, glicose”, “Consegui uma veia!” Fora da sala, a mãe, uma jovem Xavante também visivelmente desnutrida, está tensa. Ela e a repórter são brasileiras, mas não falam a mesma língua. Segurei a mão dela e permanecemos nos olhando, em comunicação silenciosa, até sermos interrompidas pelo que parecia um milagre: o choro baixinho da criança. É por isso que esse profissionais ou voluntários vão até lá.
Eles são os Expedicionários da Saúde, organização não-governamental de São Paulo, que desde 2003 coordena equipes de médicos, enfermeiros, dentistas e voluntários para levar atendimento médico gratuito e de ponta para aldeias indígenas. No meio da floresta, um conjunto de tendas forma um complexo de saúde, com equipamentos modernos e profissionais de referência dos principais hospitais do país. Durante alguns dias, as tribos se transformam em centros médicos, que oferecem consultas clínicas, ginecológicas, odontológicas e cirurgias de hérnias e de cataratas.
A expedição Xavante, realizada em agosto do ano passado, foi a 29ª do grupo. Contava com sete oftalmologistas, dois clínicos, dois pediatras, quatro cirurgiões, quatro anestesiologistas, três ginecologistas, sete enfermeiros, quatro dentistas, dez funcionários de logística e 15 voluntários. O trabalho conjunto permitiu que nos dez dias em que estiveram entre os Xavante fossem realizadas 223 cirurgias gerais e oftalmológicas, 1.504 consultas médicas e odontológicas e 3.400 exames e procedimentos.
A preparação para a expedição começa com uma visita percursora, na qual representantes da ONG pedem autorização para as lideranças indígenas para realizar o trabalho. Um grupo de médicos se desloca para a aldeia para capacitar enfermeiros e agentes de saúde indígena, um mês antes da expedição. São eles que fazem a triagem dos pacientes nas aldeias, sobretudo os que passarão por cirurgias de cataratas e hérnias. Com o levantamento em mãos, a coordenação dos Expedicionários da Saúde determina quantos profissionais e quais equipamentos serão necessários.
Uma expedição custa em média R$ 100 mil, angariados junto a empresas parceiras da ONG, também responsáveis pela doação dos medicamentos e pelo aluguel dos equipamentos médicos. “Enquanto formos para dentro das aldeias fazer esse trabalho, os índios não precisarão sair de lá. Se eles ficam, a floresta continua de pé”, defende o cirurgião geral Fábio Atui, que coordena a ONG. “Nosso trabalho é oferecer serviço de saúde de qualidade sem interferir na cultura deles.”
“A expedição foi importantíssima para o Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Xavante. Já entrei em contato com a administração da ONG para negociar a possibilidade de uma próxima. Se eles não tivessem vindo até aqui, possivelmente a maioria dos nossos pacientes ainda estariam aguardando as cirurgias”, afirma o coordenador do Distrito Sanitário Especial de Saúde Indígena (DSEI) Xavante, Cláudio Rodrigues, ligado ao Secretaria Especial da Saúde Indígena (SESAI)do Ministério da Saúde. “Os Xavante são prejudicados pela demora para agendar consultas com os especialistas. Demora até para exames de rotina. Já tivemos que acionar o Ministério Público para garantir atendimento.”


Curso de Formação do Neab 2015 - UFPE

Curso de patrimônio e educação em História e cultura afro-brasileira e indígena


O Curso de patrimônio e educação em História e cultura afro-brasileira e indígena: ciclo de debates e palestras terá a formatação de 08 diferentes encontros em 2 dias, totalizando 20h. Estes encontros serão compostos por apresentações culturais/artísticas de natureza diversas, mesas redonda com dois/três pesquisadores/professores, e um debate coordenado sobre as temáticas tratadas, seguidos de um coffee break. O Curso está previsto para acontecer nas manhãs (a partir das 07:30h) e tardes (a partir das 14:00h) nos dias 23/07 (quinta-feira) e 29/07 (quarta-feira). A carga horária mínima para recebimento do certificado é de 10h, sendo permitido aos participantes assistir quantas mesas redondas quiserem e em quaisquer horários.

TRISTES CURIOSIDADES

TRISTES CURIOSIDADES... 

Entre 1980 e 2001, foram assassinados 27 remanescentes dos Xucurus. Um dos casos mais conhecidos é o de Francisco de Assis Santana, ou Chico Quelé, chefe da aldeia Pé-de-Serra, morto a tiros de espingarda calibre 12, a 23 de agosto de 2001.
Mas os assassinatos de maior repercussão foram os do procurador da Funai Geraldo Rolim, em 1995, e o do cacique Francisco de Assis Pereira de Araújo, Xicão, em 1998. Os índios disputam a posse das terras com 281 fazendeiros que também ocupam a região.

AS TRIBOS PE

AS TRIBOS DE PERNAMBUCO...

Hoje, Pernambuco exibe suas tribos, pessoas com tradições seculares, que carregam em seus genes uma herança cultural e histórica. Os índios pernambucanos são descendentes de guerreiros, bravos lutadores que ajudaram a escrever a história não apenas do nosso Estado, mas do Brasil como um todo.

Parto das índias: conheça técnicas usadas pelas parteiras Tupinikim

O cotidiano das mulheres indígenas é diferenciada muitas meses do homem da civilização branca devido aos costumes  forma cultural de viver. No texto que se segue, vemos as técnicas de uma índia Tupunikim dano a luz.

Elas aprenderam a partejar com as sogras, mães, tias e primas. Herdaram o conhecimento das parteiras antigas, consideradas dotadas de extensa sabedoria sobre as ervas, o parto e a natureza. Conhecimento que foi se perdendo com o tempo e com a institucionalização do parto, à medida que a expansão dos serviços médicos-hospitalares alcançaram as aldeias. Na década de 80, elas foram intimidadas por um sistema hegemônico que exigia autorização para que pudessem exercer suas práticas, sob a pena de serem presas, em caso de intercorrência, segundo a pesquisadora Vilma Benedito de Oliveira. Em sua monografia "Saberes e práticas das parteiras Tupinikim", apresentada na Universidade de Brasília, ela resgatou, por meio de entrevistas com parteiras remanescentes, algumas das técnicas empregadas para acelerar o trabalho de parto, garantir o bem-estar da parturiente, facilitar a dequitação e nos primeiros cuidados com o bebê.

Antes do parto

As parteiras Tupinikim costumam orientar a gestante a se preparar fisicamente antes do parto. No quinto mês de gestação, recomendam a ingestão de um purgante para evitar que a criança tenha problemas de pele. Dentre outras orientações, elas aconselham a não dormir muito durante o dia e fazer os trabalhos domésticos normalmente. No acompanhamento da gestação, as parteiras tocam a barriga da mulher para verificiar se a criança está na posição cefálica (mais favorável para o nascimento). Caso contrário, fazem massagem com óleo de amêndoa para direcionar a criança

Parto 

O parto praticado na aldeia é totalmente natural, sem nenhum tipo de intervenção medicamentosa. São respeitados a fisiologia e o tempo da mulher. Ela tem liberdade de posição, para andar, comer, beber e estar na companhia de quem desejar. Contam com o apoio emocional das pessoas que a rodeiam, principalmente da parteira, que não se ausenta em momento algum, não importando a duração do processo de parturição. 

Os métodos usados pelas parteiras com o objetivo de reduzir o trabalho de parto incluem:

- banhos quentes: da cintura para baixo, dentro de uma bacia de madeira; 

- mentrasto (Erva de São João): usado para "aumentar a dor", fortalecendo as contrações uterinas", em forma de chá. Um gole oferecido à mulher e o restante misturado à água no banho quente; 

- sabão virgem: costume tradicional relatado por algumas parteiras;

- massagem com óleo de amêndoas: chamado de "esfriguição" pelas parteiras, consiste em movimentos de puxo do bebê no sentido abdome-pelve. Há relatos de uso do óleo aquecido ou de parteiras que passavam o óleo nas mãos e aqueciam-nas no calor de brasas antes de realizar a massagem.

- rezas: as parteiras entrevistadas afirmaram que apenas as "parteiras antigas" tinham o conhecimento das rezas. "Iracema informou que quando o parto era demorado, a 'parteira antiga' percebia que o bebê estava mal posicionado para nascer, então, ela ia para fora da casa rezar e logo ocorria o nascimento."

"[...] dava um banho de água bem quente na gamela (bacia de madeira) da cintura para baixo e depois sacudia a barriga, dava a esfriguição (massagem) com óleo de almenda pra aumentar a dor e acelerar o parto [...]" Parteira Araci


A dequitação da placenta é natural, ou seja, a parteira aguarda a placenta se desprender livremente, sem a tração do cordão umbilical e sem nenhum tipo de medicamento. Depois, a puérpera toma banho na gamela com água morna pura, com sal ou pedra hume. Em seguida, a parteira faz a massagem na barriga e coloca uma cinta de tecido para apertá-la, favorecendo a involução uterina e dando mais firmeza ao abdome. A mulher fica restrita ao leito por um período que varia de três a cinco dias. A placenta, segundo o costume, é enterrada pelo marido em um dos cantos da casa, "sem ninguém ver". 

Uma das parteiras entrevistadas pela pesquisadora afirmou que quando a placenta demorava para se desprender fazia uma "simpatia". "[...] Só as vezes quando fica o resto, a placenta fica pra trás agarrado aí tem que fazer simpatia pra poder tirar. A vez dá três caroço de feijão pra pessoa engolir e soprar na garrafa pra poder descer a placenta", afirmou Anauá.

Pós-parto

A parteira mede três dedos acima da barriga da criança e corta o cordão umbilical com uma tesoura. Limpa com um algodão e envolve o coto com um tecido leve. As mulheres, em geral, tomam um banho após o parto e são envoltas, na barriga pela cinta. Três dias após o parto, é costume tomar banho e beber o chá feito com duas ervas medicinais, conhecidas como "quitoco" e "bete" para ajudar no processo de limpeza e involução uterina. "Tem os dois remédio: o quitoco e o bete. Depois de três dias que ganha, dava o banho e dava o purgante. Dá o banho e o chá pra beber e dá esfriguição depois também na barriga de cima pra baixo e de baixo pra cima. Tem uma cinta pra aertar pro útero da mulher ficar numa posição só", explica Anauá.  Segundo a parteira Iracema, fonte da pesquisa, era costume entre os antigos da tribo, a reclusão da mãe e do bebê no quarto, onde não poderia entrar corrente de ar, no sétimo dia após o nascimento. Na noite, a parteira fazia uma defumação com incenso em todos os cantos da casa, mas roupas do bebê e fazia outra massagem na barriga da mulher. Até completar esse período, o bebê só podia ser visto pelas pessoas de sua casa. 

Resguardo

Na cultura Tupinikim, o período de trinta a quarenta dias depois do parto é permeado de simbologias e restrições alimentares que visam garantir a saúde da mulher e da criança. Por exemplo:

 "[...] lagarto ela não podia comer porque a criança custava a andar" - Iracema

"A raia quando pega ela e bota dentro do bote, ela bota as tripa pra fora, então se a mulher comer ela fica assim" - Ceci

"Caranguejo era só depois de 40 dias, os que tinha com puã igual, pro peito não ficar errado. Ameixa só de um mês e pouco, porque a ameixa (marisco do mangue, tem menstruação e logo vinha a menstruação. Não podia comer. A ostra podia comer, e a ameixa não" - Iracema

"Só não pode comer batata doce porque ela poca (racha), aí faz mal. Nã pode comer ovo porque deixa a mulher catingosa" - Araci

Entre os males de se quebrar o resguardo também se incluem o inchaço da barriga, a diarreia e até a morte. Para curá-los, as receitas são diversas: garrafadas feitas com cachaça e arruda, chá de picumã (teia de aranha mais a fumaça da queima de madeiras que se forma em cima do fogão de lenha) e o purgante feito com óleo de rícino e chá de rosa branca.

No pós-parto imediato, até os dias atuais, a família toma a "sopa branca" que é um pirão feito de caldo de galinha e farinha de mandioca, temperado com bastante pimenta do reino, alho e sal. À puérpera é permitido ingerir apenas a coxa e o peito da galinha. As demais partes são para consumo dos familiares na comemoração pelo nascimento da criança. 

A bruxa

Para evitar o risco de morte do recém-nascido nos primeiros dias, é costume, nas aldeias Tupinikim, deixar a casa sempre iluminada pela lamparina e guardar uma tesoura embaixo do travesseiro da criança. Ela serve para que a mãe corte a finíssima língua da bruxa, caso ela venha sugar o sangue do bebê. A parteira Iracema relata que perdeu um dos irmãos por conta da bruxa: "Mamãe suntou (ouviu) um negócio abrindo a palha em cima. Mamãe não ligou não. Parece que tem alguma coisa abrindo. Ela só viu quando o nenê deu um gemido. Deu aquele gemido, aí ela viu um fio, uma linha. Parece que botaram aquela linha em cima da criança e chupou o sangue dele todinho pela aquela linha. Foi a bruxa que chupou o sangue dele todinho. Daí ele morreu, o segundo filho dela".

Fonte: www.ebc.com.br